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terça-feira, novembro 30, 2004

Rólideis, pris! Aim getin cuêizi! 

Aviso: isso não é um post, é um CHILIQUE!!


Nunca li tanta coisa junta, que loucura! Tudo isso pq eu tenho que escrever um artigo de umas 7 páginas... "E daí?", diriam as pessoas; acontece que uma coisa é escrever um artigo. Muito outra é fazê-lo com a Fadinha da Borracha esvoaçando sobre a sua cabeça! Tenho a sensação horrorosa de apagar mais que escrevo: falta objetividade, falta clareza, faltam melhores exemplos, falta critério científico... Falta tudo, porra, inclusive a Autora! Tão vendo? A única coisa que estava certa até agora era o cabeçalho – e até disso eu já começo a duvidar!


Aaarrrgghh!


E amanhã tem prova de Filosofia, com a pressão a mais do professor ser meu chefe. Se não bastasse isso, eu ainda complico as coisas : podia deixar tudo no nível frio do corporativismo, mas resolvi incorporá-lo no seleto rol dos meus ídolos profissionais, só pra dar uma pressãozinha extra, do tipo "vc não pode tirar só 7 na prova dele, que coisa mais... medíocre!".


AAAAAAAAAAAAAARRRRRRGGGGHHHH!


Bem, depois desse chilique virtual, que eu não posso dar aqui na vida real sob pena de ser despedida ou internada, queria mandar um beijo pro Bernardo (que provavelmente nem vai ler), pq ele me emprestou muitos livros que estão salvando minha pele agora. Outro beijo pro Diego, que é lindo e me mandou aquele e-mail tão fofo. De resto, um beijo pra todos os meus queridos amigos que foram na festa do Baco e fizeram daquela experiência uma coisa um
pouco menos dolorosa para mim. Um especial pra Wednesday, que estava muito cabisbaixa e nem quis falar comigo, e outro pro Cláudio, só pq estava muito estiloso na sua fantasia.


Pronto, acabou o pseudo-post. Class dismissed.



sexta-feira, novembro 26, 2004

Não Ando Mais Cabendo Em Mim 

Quisera eu razão para enlouquecer,
Só queria eu efetivamente querer.
Ter forças para morder o anzol e
Coragem pra escrever em fá-bemol.
.
Quisera eu a tua epiderme plástica,
Quisera eu a tua felicidade elástica.
Queria saber responder a sorrisos
Mas, ai!, meus espasmos de pseudo-riso.
.
Quisera eu acreditar em potenciais,
Em céus, em patentes, em credenciais,
Voluntariamente perderia os sentidos, diabos!
De que me vale consciência de ser partido?
.
Queria preferir minha vida a um livro qualquer,
Queria preferir pessoas a personagens,
Queria parar de estranhar o espelho,
E uma razão para não dormir no sofá.
.
Queria me importar em morrer cedo.
.
Queria eu, muito mesmo!, querer.
Querer alguém por mais que um momento,
Querer fazer algo que eu possa fazer,
Queria eu só razão para enlouquecer.
.
Queria ser assim como se é.
.
Queria ver lógica em não sentir dor
Enxergar algo além de posse no amor
E sentidos ocultos em livros e muros.
Queria eu forças para perder o controle!
.
(Quisera eu escrever boa poesia, também).
.
Queria muito ser assim como ti,
Queria querer fingir ser como ti.
Queria que fosse hipérbole a minha dor,
Queria eu querer algo além de estupor.
.
Queria eu uma só razão,
Uma razão para deixar de lado a razão,
Uma razão para ilogicizar de vez.
Eu só queria razão pra enlouquecer.


quarta-feira, novembro 24, 2004

Organic Ghosts 

O my, these Ghosts, these parts of me I project out!
Almost always there is this short one that shouts;
Often, another whispers with his eyes in the clouds,
and there is also a round-shaped one that grins aloud.
.
O, these organic simulation softwares I create in my mind!
To prevent the most real, and thus, the one that is more alive:
That part of me I will never know: O, the Ghost of Surprise!
.
This preparation illusion, my amulet!
O, this shield o' mine - placebo-effect!
Against that awful poison: "I-suspect".
.
But, I see! How little of my future I control!
How tiny is the part of me that is my Own!
The more of me I know, O, the deeper I go!

segunda-feira, novembro 22, 2004

Eu, você, Rita, Godiva e Eva (e a Julia, dançando sentada no sofá) 

Num daqueles momentos de reflexão que só o 415 me
proporciona, nesse domingo pela manhã, eu estava doloridamente sentada quando
me bateu uma pergunta muitíssimo pertinente: ‘Por que eu estou aqui, agora,
cantando Minha Pequena Eva?". Eu sei que o título da referida canção é o
singelo "Eva", mas quis deixar bem claro a qual composição me referia, já que
até mesmo eu choquei-me a mim mesma com essa constatação.



Como já dizia Rita Lee e seus Transgênicos, não me leve a
mal. É o nosso querido fenômeno Godiva: (não, eu não vou sair por aí pelada num
cavalo branco, pelo menos não esse ano) quem já comeu Godiva não come Garoto
(hehe), a não ser em caso de necessidade premente.



Por isso, caros, quem já "lay in awe" no chão do quarto
ouvindo Pink Floyd, Radiohead e afins, não vai suportar ficar saracoteando
atrás de uma carreta de passeata sonora.


Pois então: lá estava eu, declamando sem pudor uma relação
insólita numa suposta última astronave. (Alguém viu Planeta dos Macacos ontem,
por falar nisso?)



Por quê?



Porque eu não estava cantando "Eva", propriamente. Eu estava
prorrogando, ou ao menos tentando prorrogar, momentos da mais profunda alegria.
Poderia ser qualquer coisa, porque era só símbolo. Podia ser uma música
ruinzinha em si, tipo chipi-chipi, ou o mamute. Que importa que "Los Hermanos"
é um nome sem graça? Que diabos é "listras brancas", no fim das contas?



Porque todo mundo precisa sentir-se completamente seguro na
frente de outros, ao menos alguns outros, algumas vezes na vida. Precisa pagar
mico, gritar, comandar a coreografia da Macarena, não prestar atenção em nada,
se pegar no fundo da cozinha. Ou isso, ou seremos todos evangélicos em breve,
situação a que me oponho religiosamente, enquanto Cnidária.
Claro que entendemos e damos um desconto quando algumas pessoas chegam no local
da festa e sentem-se completamente deslocadas ao encontrar as pessoas que
conhece (ou ACHAVA que conhecia, huahuahua!) absolutamente alucinadas, em
transe coletivo, gritando em alemão.



Porque estar com algumas pessoas te liberta, em vez de te
prender. Porque vale a pena passar o domingo de molho, moída, mesmo tendo que
estudar Penal com bolsas de água quente. Porque, mesmo sem ser masoquista, você
não consegue não-sorrir a cada passo, na segunda-feira, quando suas
panturrilhas estão pagando o doloroso preço da noite de sábado. Noite daquelas
que você vai lembrar, velhinha, sentada numa cadeira de balanço na varanda, com
a espingarda no colo, na sua farm no Wyoming.



Apêndice: O CPF da Dona Eva (com pequenas correções ortográficas. Alguém me ajude, pf, a localizar o rio Beirute) 

"Meu amor

Olha só

Hoje o sol não apareceu



É o fim

Da aventura humana na Terra

Meu planeta Deus

Fugiremos nós dois na arca de Noé



Olha bem, meu amor

O final da odisséia terrestre

Sou Adão e você será...



Minha pequena Eva

O nosso amor na última astronave

Além do infinito eu vou voar

Sozinho com você



E voando bem alto

Me abraça pelo espaço de um instante

Me envolve com teu corpo e me dá

A força pra viver



Pelo espaço de um instante

Afinal, não há nada mais

Que o céu azul

Pra gente voar



Sobre o rio Beirute ou Madagascar

Toda a Terra

Reduzida a nada

Nada mais



Minha vida é um flash

De controles, botões anti-atômicos

Olha bem, meu amor

No final da odisséia terrestre

Eu sou Adão e você será...


O erreagá e a copeira 

Pra quem ainda não sabia, na semana passada eu me
meti num tremendo imbróglio com o DRH lá do estágio, de forma que eu cheguei
mesmo a achar que ia virar extágio. Dramas à parte, hoje recebi um e-mail que
indica que talvez o problema não seja exatamente meu. Ei-lo, vejam o que vcs
acham:


"Prezados,


Informamos
que na amanhã, dia 23/11, a copeira Beltrana não virá na parte da manhã.
A Nova Rio estará providenciando uma pessoa para substituí-la neste período.


Atenciosamente,


Fulana
de tal"


sexta-feira, novembro 19, 2004

Direito Penal, Linha Direta e Sanguessugas para Hemofilia 

Ai, as alegrias que Penal me dá. Ontem teve uma palestra muito bacana sobre Criminologia, o único
assunto no Direito que me faz feliz. E hoje, na aula de Penal, descobri que
posso entrar com uma denúncia excelente! Ou melhor, duas!





A primeira diz respeito aos idiotas dos pastores evangélicos.
Sim, vou generalizar sim, que merda. Se alguém se salva, que me desculpe, mas a
maioria me esmaga com sessões de estupidez e falta de ética. Bem, não preciso
dizer muito: o código Penal diz lá que não se pode tripudiar da sentimento religioso (artigo
208). E o que fazem esses desgraçados? Passam o dia incitando as massas
ignorantes e sem nenhum senso crítico a hostilizarem a umbanda e as demais
religiões afro-brasileiras. Se eles podem meter o malho na religião dos outros
e dizer que é coisa do diabo e tudo mais, então – atéia de carteirinha que
sou- posso meter o malho, com sal, porque eles são absurdamente imbecis.





Ainda desabafando todo o ódio que eu sinto quando sou
obrigada a ouvir "cantigas" cantadas e mal tocadas, deveras alto, na minha
esquina, tem toda aquela palhaçada de que seus problemas são culpa do diabo (e
não sua) e que as doenças são possessões. VÃO TODOS PRO QUINTO DOS
INFERNOS. Doenças são possessões? Gente, alou, porra, estamos no século
XXI!!! Segundo minha professora, isso é charlatanismo, artigo 283, desde que eu
consiga fazer um desses pastores dizer na frente de uma câmera que seu
descarrego é infalível. Ai, que bom, já tenho o que fazer nas férias.





O meu outro motivo de felicidade é o artigo 287. Explico.
Ontem foi um dia muito triste pra mim porque o globo tinha publicado, na terça-feira,
uma matéria condenando o espancamento de um sujeito durante um interrogatório.
No dia seguinte, quarta-feira, choveram cartas apoiando a porradaria, no mais
puro estilo Direito Penal Germânico Bárbaro. Me emputeci. Bem, hoje, descobri
uma coisa bacana, vejam só! Se: a pessoa A escreve pro jornal fazendo apologia
de crime, ou seja, dizendo que se pode espancar durante o interrogatório sim;
se lesão corporal é crime; se crime é SOMENTE uma conduta típica, antijurídica
e culpável; se A fez apologia à lesão, fez apologia a crime, portanto cometeu
crime previsto no artigo 287; segundo a própria teoria de A, quem comete crime
pode tomar porrada pra confessar; LOGO, se eu fosse policial, poderia encher A
de porrada pra ele confessar o crime que cometeu (283). Assim que sair o
concurso pra policial feminina, por favor, me avisem. Avisem também ao pessoal
que mandou as cartas que eles acabaram de ganhar um vale-linchamento.





Odeio quando neguinho fala do que não faz a menor idéia.
Como já diz o Wonkavision: "Se não sabe, por que fala??" . Ninguém vê
nenhum imbecil por aí fazendo simulação errada de ... sei lá, engenharia, na
televisão. Por que diabos tem que ter tanta merda, leiga, burra e errada sobre
direito Penal? Que raiva.





Artigo 208- Escarnecer de alguém publicamente, por motivo
de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de
culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.
Pena- detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.





Artigo 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato
criminoso (...). Pena – detenção de 3 a 6 meses, ou multa.






sexta-feira, novembro 05, 2004

Agora Veja Você, Que Filho Da Puta! 

Está um sujeito, aqui chamado de "F.", passando mal
antes de uma prova de Direito Civil. O professor, Excelentíssimo Senhor Doutor
Juiz Federal, chega na sala e é comunicado pelo aluno do seu estado, ainda
antes de receber a prova. Ainda assim, Judge Dread não deixa F. sair de sala
(!). No meio da prova, F. não se agüenta mais e vai ao banheiro, onde passa 50
minutos entre vômitos e mal-estares. Voltando à sala, Deus diz para F.: "EU
Sei que você só tem mais alguns minutos, mas EU não posso deixá-lo
fazer segunda chamada porque você já assinou a Minha lista de presença."


Cadê o critério dos homens que decidem nossas vidas?
CADÊ, PORRA?


10 Coins For 2 Cuts 

Prova. Tem sempre alguém que faz mais que estudar: que sofre mesmo, se pune, fica se depreciando, dizendo que vai se ferrar, esse tipo de coisa. Estude mais, saiba mais, maior probabilidade de fazer melhor prova (eu disse PROBABILIDADE). A gente sofre por antecedência por tanta coisa que não devia... Por exemplo, se estressar no trânsito vai ajudar em alguma coisa? Não, porra. Pior é quando a gente sofre pra ganhar crédito com a divindade, ou conosco mesmos. Ô totem! Tio Freud está dando uma risadinha do meu post agora.

Como Já Dizia Paul Atreides de Arrakis, No Seu Avião: Fear Is The Mind Killer 

Exemplo ilustrativo: estava eu, feliz, arrumando
as malas pra ir pro meu intercambinho, quando dei de cara com a passagem de avião.
Não é possível descrever o nível absurdo da minha acrofobia, mas só de
olhar para a passagem eu comecei a sentir as mãos suadas, taquicardia
alucinada, tudo virando... Sentei na cama e respirei fundo. Afinal, eu tinha
escapado da festinha de 15 anos que as minhas avós queriam me "dar de
presente" e ainda por cima tinha convencido as véia a converter o dindin num
intercâmbio. Como ninguém da minha família nunca pegou avião nem pra ir pra
SP, todo o meu conhecimento sobre aviões vinha do cinema – ou seja, envolvia
turbulências e tempestades elétricas. Que fazer? Fui pra internet. Que
surpresa. È muito mais provável morrer num carro.London Calling.



Platão É Um Bundão 

Confrontar as nossas "informações" com a
realidade é um exercício diário. Pior que aquele sentimento de não saber é
o de achar que sei, porque baseio minhas ações numa falácia e depois,
obviamente, me estalavro de cara no chão.


Como toda racionalidade deve ser permeada de
humanidade para não se tornar estúpida, toda emoção deve ser questionada
pelo racional para não tornar-nos estúpidos.


O que é tão não-é que assusta... Viva o
bate-boca.



Hienas 

Voltando um pouco ao Efeito
Alpiste, o que poderia nos levar à paralisia e à estupidez? Resposta: a
burrice L.S. (falta de questionamentos, falta de QI, falta de informação) e as
Hienas.



Hienas: aquelas vozinhas na sua cabeça, rindo de
vc, te ridicularizando, criticando tudo. Claro que auto-crítica faz parte do
bom-senso e da sabedoria. Mas as Hienas são as vozinhas negativas, que te
dominam destrutivamente.



quinta-feira, novembro 04, 2004

Paint Bush 

Ninguém me convence que voto indireto pro Executivo (principalmente um com prerrogativas centralizadoras como é o atual) é uma boa, no atual estado das coisas. Gente, como as pessoas vão ter clara noção de como votar se ninguém entende essa burocratização meio burra que é o modelo distrital estado-unidense? Grandes discussões são travadas sobre a possibilidade do voto proporcional ser realmente mais democrático, por dar maior voz às minorias, em comparação ao sistema majoritário. Concordo. Mas o que eu estou vendo está longe de ser proporcional. Fui eu que pirei ou isso tudo é tão assustador quanto ver toda uma nação esclarecida votar no Hitler? Quer povo mais importante pro pensamento ocidental, no último século, pelo menos, que o alemão? E eles elegeram o Adolfo! Estou cada vez mais com medo da “democracia”.

The Yellow Silphid And The Iron Maiden 

Once
upon a time, there was an Iron Maiden. She wandered alone in a forest for a long
time, until she fell into a deep lake. She swam until she couldn’t swim
anymore. Then, she sank until she was out of breath. Only when she was drowning
and had absolutely no other way out, she raised her hand, looking for help. That’s
when a Yellow Silphid got her hand and pulled her out of the deadly cold water.


Once
out of the lake, the Iron Maiden, now completely rusty, got up to her feet as
fast as she could and reached out for wallet, wondering how much that kind of
help would cost her.


But,
instead, the Yellow Silphid simply dried the Iron Maiden’s face with her
yellow veil of mist. The black tears that then ran from the Maiden’s eyes were
caught by the veil. It turned into a pearl-coloured bird that flew into the sun.


Overwhelmed
by that truth, the Iron Maiden then died. From her womb rose a golden snowflake,
that the Yellow Silphid wears around the neck since then.



quarta-feira, novembro 03, 2004

E ris... 

"I don´t
want the world to see me


Because
I don´t think that they´d understand


When
everything is made to be broken


I just want you to know who I am"



Do Efeito Allpisst 

No meio do primeiro tempo de uma chatésima aula de Direito
Civil, comecei a sentir uma dor insistente no pé, subindo pelo Tendão de
Aquiles. Ignorei-a e continuei copiando as
observações sobre a cláusula de preempção no contrato de compra e
venda.


Chegado o muito bem vindo intervalo, pus
o pé no chão e a dor subiu até a cintura. No meio do dia, a dor já estava
por demais incômoda e eu comecei a sentir dores na coluna. Tirei a bota duas
vezes, examinei a meia, investiguei a sola com o dedo: nada. O problema não
estava no sapato. Logo, estava mesmo em mim. Imaginei desde um esporão instantâneo
no pé até um nervo pinçado. A dor agora ia do pé ao pescoço, tirando
totalmente o meu bom humor. Passei então em revista meus hábitos e concluí
rapidamente que tudo isso se devia à minha má postura ao sentar, postura
anti-ortopédica essa que inclusive me deu de presente uma dor crônica no
joelho esquerdo.


Sabendo bem que a origem dessa má
postura é o descaso institucional com todas as pessoas ligeiramente diferentes,
como por exemplo as menininhas de metro-e-meio, que impede a compra de cadeiras
minimamente adequadas a essa faixa da população. Essa constatação cruel logo
me lembrou de todas as outras situações em que eu tenho que me aporrinhar
cotidianamente para fazer coisas triviais: enxergar no visor de cristal líquido
do orelhão, apertar o 13° andar no prédio da FGV, não alcançar a cordinha
do ônibus e passar do ponto se o botão estiver quebrado, ter que mandar
ajustar toda peça de roupa que eu compro, e assim por diante. Em resumo, em
meia hora eu estava pronta para agredir qualquer autoridade que pudesse ser
responsabilizada.


Nisso, uma pontada especialmente
dolorida trouxe de volta a minha lucidez e eu resolvi tirar a bota para
massagear meu dolorido pezinho. Na medicina oriental, os pés têm pontos de
pressão que influem em todo o funcionamento do organismo. Pois no meu
calcanhar, enterrado fundo, tinha um alpiste. Um minúsculo e insignificante
alpiste, que eu transformei numa revolta assassina contra o descaso do homem
pelos seus semelhantes. Esse é o Efeito Alpiste: quando nós mesmos
transformamos um alpiste em guerra civil só por falta da mais banal verificação.


Está sempre mais que na hora de
revermos nossos conceitos.




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