<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, março 31, 2010

Che, 2001-2010 

Tchau, meu pequeno.

Saudade, já.






(última foto, por Ci e Bill)

domingo, março 21, 2010

Rock 'n' Roll no tempo-espaço: banda de Hollywood ontem, banda de Beijing amanhã 

O que é mais indie rock do que ter uma banda em Beijing?

(indie é redundância - tudo é meio indie, meio grunge, meio punk por lá.)

Acabei de ler uma matéria sobre bandas chinesas de rock no Globe and Mail.

Com a censura política, a atmosfera "nunca faça perguntas", a insatisfação com a cultura emprego-casa-casamento e os clubes de rock totalmente improvisados, as músicas saem uma coisa assim... como se o Chico Buarque fosse tocar com o Kurt Cobain e o Johnny Rotten.

E a Debbie Harry e a Joan Jett. Porque tá tudo acontecendo ao mesmo tempo em Beijing - e as meninas não estão perdendo tempo.



Eu gostei bastante da Carsick Cars:


O título dessa música (Zhong Nan Hai) é uma tirada de duplo sentido: a mesma palavra significa o nome do prédio onde fica o centro do poder do partido comunista chinês e também uma marca popular de cigarros. O vocalista jura que a música é sobre o cigarro, mas a matéria do Globe and Mail faz uma analogia bacana: é como se uma banda americana ficasse gritando "A Casa Branca! A Casa Branca!" e jurasse que a música é só sobre uma casa branca. Ou, na versão brasileira, é como se uns adolescentes de Brasília resolvessem berrar "Alvorada! Alvorada!" e depois dizer que estavam falando do belo nascer do sol candango.

E por falar em Joan Jett, para minha total alegria essa semana entrou em cartaz The Runaways, o filme que conta a história da banda:


The Runaways foi uma das primeiras bandas só de mulheres, em uma época em que meninas não tocavam guitarra, baixo ou bateria - no máximo, cantavam e ficavam de enfeite-dançarina na frente.

É também a história de meninas jovens demais, sendo jogadas pra cima e pra baixo no liquidificador da indústria da música - e nas mãos do doidíssimo empresário e mal-caráter-sem-vergonha-profissional Kim Fowley. O filme se passa em torno de 1975 e é focado nas perspectivas da vocalista Cherie Currie e da guitarrista Joan Jett.

Não precisa ser um gênio para imaginar o que se passa quando 5 meninas em seus 16 anos começam a ensaiar numa banda de rock e a fazer turnês pelo mundo: claro que o empresário vai roubar alopradamente o dinheiro delas, claro que elas vão ficar enfurnadas em hotéis vagabundos, claro que vai ter abuso de álcool e drogas, claro que vai ter manipulação psicológica, claro que vai ter exploração sexual.

Claro que tem também famílias completamente desestruturadas e claro que tem ilusões sendo despedaçadas sob solas de sapatos plataforma cobertos com gliter dourado. Afinal, não é um conto de fadas, nem uma história da Disney, apesar do elenco principal ter sido tirado do Twilight: Kristen Stewart me surpreendendo deveras no papel da Joan Jett e Dakota Fanning como Cherie Currie.

Dakota colabora para o clima de inocência perdida do filme - não sei vocês, mas a Dokota Fanning ainda é uma criancinha na minha cabeça.

Mas tem também gurias desafiando empresário Svengali, professor babaca e músicos quase-neandertais, todos repetindo, ad nauseam, que "rock is a man's world". Tem duas irmãs (Cherie e Marie) e duas mais-que-amigas (Cherie e Joan) se apoiando e se virando como dá. Tem um monte de música boa fermentando ao redor. E tem maquiagem David Bowie!

O difícil é acreditar que a banda fez algum sucesso, no meio dessa tempestade toda. Difícil é acreditar que alguém sobreviveu. The Runaways durou pouco - de 76 a 79 - e tanto a vocalista quanto umas cinco baixistas não aguentaram o tranco e pediram penico. Overdoses e estupro não são mostrados graficamente - mas estão lá e pra bom entendedor, pingo é letra.

Para quem é fã de carteirinha da banda, como eu, é bastante doloroso ver que as músicas que me fizeram usar meu primeiro pagamento todinho numa guitarra sairam de um grupo de meninas espremidas até o limite da resistência.

Para um guria que durante os primeiros anos da faculdade passava a semana inteira esperando para chegar a sexta-feira e poder tocar numa bandinha de jovens adultos (3 meninas e 3 meninos), arde na garganta ver o tipo de coisa que essas gurias tiveram que ouvir e passar só porque não eram do clube do bolinha.

Para mais sobre a banda, tem um documentário dirigido por uma das baixistas em que se pode perceber o tamanho do estrago psicológico:



Gosto de pensar que as coisas mudaram um pouco - e que Dakota Fannings não precisam mais ser Drew Barrimores, mas como dizia uma amiga, vocalista de banda e formada na EBA: "more often than not, art comes from very ugly places".

Uma coisa parece estar mudando, entretanto. A baterista da Carsick Cars parece ecoar o desejo de Joan Jett no filme: que o foco seja a música que se toca e não o gênero de quem está no palco.

Pra fechar o post, um clipe da Joan Jett de 1981, uma versão de "Crimson and Clover". Por falar em gênero, essa versão deu uma mini-polêmica porque a Joan não mudou o gênero da letra, que originalmente era cantada por um homem para uma mulher:

( Alerta: Clipe dos anos 80. Cabelos com mullet e calças de couro adiante. Prossiga com cuidado!)


quarta-feira, março 10, 2010

When Little Boys Grow Up 

It's that ultimate feeling of being powerless.


It comes when you are not looking. It is too loud and too big, bigger that your senses. It knocks you in bed and all you can do is cry. But it doesn't stop when it is done: it remains, in drops, painstakingly dropping all through you. Throughout your days, your weeks, your months. Maybe years. Maybe decades - I've heard stories of decades. There is absolutely nothing you can do, except stop playing superman and realizing that feeling helpless is not something you grow out of. That is a big, fat, rich lie. You don't. No one ever does. It's all mind games. It's not something you leave behind. No matter how wise, or rich, or nice, or skilled, or how many home-runs you can score, or how big is the country you are President of, or how big is your rifle, or how many people you have taken to bed, or how many other marines you command, or how many kids you can manage while you run a transnational company while you paint watercolors, or how many diplomas-medals-trophies you have on top of your mom's fireplace. At some point, no matter how many pats on the back you give yourself, or how many pats on the back you can convince people of giving you, there is going to be something to make you realize how small all of that is. And the only reason it looks big is because you are even smaller than that. Bug-small. At some point, your plan is going to fail. It is, really, I'm sorry. Epic fail. Just hope it doesn't happen too many times, or it doesn't happen with things that are too big to be replaced without cracking you up and ripping you inside out. It is going to fail, yes, and there will be nothing - absolutely nothing - that you can do about it. Nothing. No, I know what you are thinking. No, there will be nothing you could have done different, or nothing you'll learn so you'll know what to do the next time around. There are somethings in life that will make you want to call your mother, no matter how old you are, no matter how strong you think you are, no matter how much force you can master. Brute force, gentle force, smart force, cooperative force - it does not matter. There is no way out, nothing. Stop trying. Just look at yourself, in briefs and socks and undershirts, without suits or ties and all those armory lies. Sit down on the tip of your bed for a moment. You know I'm right. There is nothing you can do and nothing you could have done and nothing you'll know better next time. Somethings are like golden grass - it will grow where it wants to, not where you plant it. Or cats - they go or stay if they want to, no matter how many fancy whistles you have, or treats, or threats, no matter how hard you try to trade caressing for obedience.

Golden grass and cats. And women.


You can’t force someone to love you back.

You can’t force someone to have butterflies in the stomach.

Or to keep them there.

You can’t force someone to wake up smiling on a rainy Monday.

You can’t force someone to lay very still, trying not to wake you up, listening to you breathe.

You can’t force someone to daydream about road trips in a red Mini.

You can’t force someone to find a reason to think about you in every aisle of a supermarket.

You can't force someone to picture your idiosyncratic needs in every house for sale around the neighborhood.

You can’t force someone to be gentle. (But, to everyone out there: remember you damn sure should demand respect, at all times.)

You can't force someone to smile at twin mushrooms or at a heart-shaped potato.

You can't force someone to whistle in the kitchen while preparing breakfast.

You can't force someone to not stop leaving you notes around the house.

You can't force someone to keep meeting you for coffee even if you live together.

You can't force someone to come running to you when you arrive home.

You can't force someone to knock on your door with something you forgot.

You can't force someone to sit quietly beside you while you are crying your eyes out.

You can't force someone to send you postcards.

You can't force someone to feel an urge to buy you that book, even when it's not you birthday, and have it gift-wrapped.

You can't force someone to realize you've been crying in the bathroom.

You can't force someone to not stop searching for your eyes when one of those songs plays.


*sigh*


You can't force someone to love you back, no matter how much you care or how much you'd do.




But then, again, if you really care that much, you wouldn't, even if you could.

The thing is, dude, you can't stop yourself from still doing all the above, either. Against you best judgment, even. It is called "The Great Unstoppable Force" for a reason, buddy. We're actually lucky it doesn't start wars between clans and cities anymore.

All you have is time. And maybe hope, if you are really, really lucky.

Just one advice: buy the Häagen Dazs from the half-the-fat line.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?