terça-feira, junho 20, 2006
Drinks de Pitialina
Um monte de coisas entaladas na garganta.
Um tylenol e o ponto do siso, só para começar.
Li esse estudo que dizia que liberar tensão é bom, liberar raiva não é. A cada vez que você fala mal de alguém, ou de alguma coisa, as mesmas substâncias da ocasião são produzidas, solidificando no cérebro a raiva.
Fez sinapse, digo, sentido. Tantas vezes a gente nem lembra porque mesmo que ainda odeia tanto tal pessoa.
Faz assustadoramente tanto sentido: química no cérebro. Tudo. Tudo é texto, disse o Derrida. Eu rabisco: tudo é química no cérebro.
Até essa minha idéia maluca de querer englobar o tudo.
Um tylenol e o ponto do siso, só para começar.
Li esse estudo que dizia que liberar tensão é bom, liberar raiva não é. A cada vez que você fala mal de alguém, ou de alguma coisa, as mesmas substâncias da ocasião são produzidas, solidificando no cérebro a raiva.
Fez sinapse, digo, sentido. Tantas vezes a gente nem lembra porque mesmo que ainda odeia tanto tal pessoa.
Faz assustadoramente tanto sentido: química no cérebro. Tudo. Tudo é texto, disse o Derrida. Eu rabisco: tudo é química no cérebro.
Até essa minha idéia maluca de querer englobar o tudo.
segunda-feira, junho 19, 2006
Dusting
Faz tanto tempo que não jogo fora na lixeira o que escrevo que nem lembrava que fazia tanto tempo!
Enfim. Só para tirar o pó. Se algum dos 3 leitores ainda perseverar, um beijo.
Aproveitando o ensejo, conto um causo. Ontem, passeando por Ipanema, estando eu com a minha saia branca de pinguins, ficavam minhas alvíssimas pernas à vista do público.
Sem querer cair naquele clichê de todo mundo querer ser blasê, eu às vezes simplesmente não sei lidar com as pessoas.
Entrei em uma lanchonete vegetariana-natureba para ver se tinha sorvete de tangerina (eu adoro sorvete de tangerina). Nisso, um sujeito bêbado, com infamemente bonitos olhos azuis e uma camisa do Brasil, me futuca.
"Ei, menina..."
Eu olho para ele por cima dos óculos escuros.
"Suas pernas são de verdade?"
Eu: "hein?!?"
"Suas pernas são de verdade?"
Eu tiro os óculos e fico olhando para a cara dele. Daí, ele aperta a minha mão e fala algo como "não, muito maneiro ser branco..."
Sssssério. Que fazer?
Vou tirar um espacinho e falar mal da histeria coletiva da copa. De novo, é muito fácil aparecer falando mal de tudo, principalmente do popular para tirar onda de refinadésimo, que nem a Fernanda Young e o Diogo Mainardi. Mas não dá.
Jogo Brasil e Croácia. Eu, particularmente, acho bacana ver toda a comoção futebolística. Não me empolgo tanto, confesso, mas acho bacana ver as pessoas de madrugada pintando e enfeitando as ruas. Porque acho que não é nada erudito neguinho vir dizer que deviam usar essa energia em outra coisa, acho muito rabugento e irritante. A energia é das pessoas, elas que gastem com alguma coisa importante para elas, ponto.
Enfim. Isso posto, jogo Brasil e Croácia. Aquela felicidade toda começa a ficar perigosa quando o jogo está parado no instável um a zero. As pessoas ficam tensas, sentem-se impotentes, dái ficam supersticiosas, defensivo-agressivas, meio violentas e irresponsáveis. Em resumo, à beira histeria coletiva.
Nisso, a irmã de uma amiga sai na rua com o filhinho no colo. A rua inteira, reunida para assistir ao jogo, começa a xingar a criancinha porque ela estava com uma blusa vermelha e, portanto, "azarando" o jogo. Juro.
Tenho medo de muita gente junta, bêbada e focada em alguma coisa, a não ser que seja música eletrônica ou indie rock. Isso porque música eletrônica faz com que cada um viaje sozinho, assim a multidão se forma no mundo físico mas ninguém nota, então não faz o efeito. E indie rock, porque as pessoas ficam em grupinhos, dançandinho, discutindo bandas desconhecidas e falando mal das conhecidas, o que pode ser divertido ou chato, mas raramente é perigoso.
Enfim. Só para tirar o pó. Se algum dos 3 leitores ainda perseverar, um beijo.
Aproveitando o ensejo, conto um causo. Ontem, passeando por Ipanema, estando eu com a minha saia branca de pinguins, ficavam minhas alvíssimas pernas à vista do público.
Sem querer cair naquele clichê de todo mundo querer ser blasê, eu às vezes simplesmente não sei lidar com as pessoas.
Entrei em uma lanchonete vegetariana-natureba para ver se tinha sorvete de tangerina (eu adoro sorvete de tangerina). Nisso, um sujeito bêbado, com infamemente bonitos olhos azuis e uma camisa do Brasil, me futuca.
"Ei, menina..."
Eu olho para ele por cima dos óculos escuros.
"Suas pernas são de verdade?"
Eu: "hein?!?"
"Suas pernas são de verdade?"
Eu tiro os óculos e fico olhando para a cara dele. Daí, ele aperta a minha mão e fala algo como "não, muito maneiro ser branco..."
Sssssério. Que fazer?
Vou tirar um espacinho e falar mal da histeria coletiva da copa. De novo, é muito fácil aparecer falando mal de tudo, principalmente do popular para tirar onda de refinadésimo, que nem a Fernanda Young e o Diogo Mainardi. Mas não dá.
Jogo Brasil e Croácia. Eu, particularmente, acho bacana ver toda a comoção futebolística. Não me empolgo tanto, confesso, mas acho bacana ver as pessoas de madrugada pintando e enfeitando as ruas. Porque acho que não é nada erudito neguinho vir dizer que deviam usar essa energia em outra coisa, acho muito rabugento e irritante. A energia é das pessoas, elas que gastem com alguma coisa importante para elas, ponto.
Enfim. Isso posto, jogo Brasil e Croácia. Aquela felicidade toda começa a ficar perigosa quando o jogo está parado no instável um a zero. As pessoas ficam tensas, sentem-se impotentes, dái ficam supersticiosas, defensivo-agressivas, meio violentas e irresponsáveis. Em resumo, à beira histeria coletiva.
Nisso, a irmã de uma amiga sai na rua com o filhinho no colo. A rua inteira, reunida para assistir ao jogo, começa a xingar a criancinha porque ela estava com uma blusa vermelha e, portanto, "azarando" o jogo. Juro.
Tenho medo de muita gente junta, bêbada e focada em alguma coisa, a não ser que seja música eletrônica ou indie rock. Isso porque música eletrônica faz com que cada um viaje sozinho, assim a multidão se forma no mundo físico mas ninguém nota, então não faz o efeito. E indie rock, porque as pessoas ficam em grupinhos, dançandinho, discutindo bandas desconhecidas e falando mal das conhecidas, o que pode ser divertido ou chato, mas raramente é perigoso.