quarta-feira, agosto 17, 2011
Só vim dizer
Que te ver dormindo assim, linda, aqui do meu lado, é como se o tempo tivesse parado um pouquinho.
Como se meu desejo mais louco, inconfesso e profundo tivesse de alguma forma angariado a simpatia das leis da física e elas tivessem resolvido me dar um presente de aniversário.
Com o tempo parado e o mundo em silêncio, fico aqui te olhando.
Não sei mais se me perco na brandura morna de me achar a criatura mais absurda e desmerecidamente feliz de todo o universo observável, ou se me prendo na pontada pontiaguda de saber a finitude de tudo vindo por trás do horizonte, pelas beiras dos calendários, pelos grãos de tempo que escorrem nos tiques do relógio.
Bom, no fim das contas, talvez a felicidade absurda e desmerecida só exista mesmo no reflexo da pontada da finitude. Vai saber.
Tudo o que eu sei é que não existe nenhum outro lugar - nenhum, mesmo - em que eu queria estar essa noite. Ou na noite depois dessa, ou na depois dessa última.
Tudo o que sinto é que não existe outro sorriso de que eu precise tanto - essa minha inesgotável precisão, tão serena e tão imensa. Esse seu sorriso que me acorda todos os dias pela manhã. Esse seu sorriso, cuja sombra ainda está aqui, à sombra da lâmpada da minha mesa.
Queria pegar um grãozinho da areia da ampulheta e esculpir esse momento, pra ele enganar o tempo e se espichar no presente. De presente pra mim mesma. Um amuleto quase invisível do quase impossível que é, isso de subitamente o tempo parar e a gente perceber que se é feliz desse jeito.
Boa noite, meu amor, meu grande amor.
Toda a saudade do mundo, já. Todo o amor do mundo, sempre.
Como se meu desejo mais louco, inconfesso e profundo tivesse de alguma forma angariado a simpatia das leis da física e elas tivessem resolvido me dar um presente de aniversário.
Com o tempo parado e o mundo em silêncio, fico aqui te olhando.
Não sei mais se me perco na brandura morna de me achar a criatura mais absurda e desmerecidamente feliz de todo o universo observável, ou se me prendo na pontada pontiaguda de saber a finitude de tudo vindo por trás do horizonte, pelas beiras dos calendários, pelos grãos de tempo que escorrem nos tiques do relógio.
Bom, no fim das contas, talvez a felicidade absurda e desmerecida só exista mesmo no reflexo da pontada da finitude. Vai saber.
Tudo o que eu sei é que não existe nenhum outro lugar - nenhum, mesmo - em que eu queria estar essa noite. Ou na noite depois dessa, ou na depois dessa última.
Tudo o que sinto é que não existe outro sorriso de que eu precise tanto - essa minha inesgotável precisão, tão serena e tão imensa. Esse seu sorriso que me acorda todos os dias pela manhã. Esse seu sorriso, cuja sombra ainda está aqui, à sombra da lâmpada da minha mesa.
Queria pegar um grãozinho da areia da ampulheta e esculpir esse momento, pra ele enganar o tempo e se espichar no presente. De presente pra mim mesma. Um amuleto quase invisível do quase impossível que é, isso de subitamente o tempo parar e a gente perceber que se é feliz desse jeito.
Boa noite, meu amor, meu grande amor.
Toda a saudade do mundo, já. Todo o amor do mundo, sempre.